quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Vampire Kisses -- 1° Capitulo


Tudo começou quando eu tinha cinco anos, a professora tinha perguntado a cada aluno oque queria ser quando crescer.
Eu e meus colegas estamos sentados em um semicírculo.
A primeira a responder foi o Alvin ele queria ser bombeiro, é uma profissão bem legal, mais eu não gosto de coisas fáceis de mais.
Depois foi a Cindy e ela queria ser enfermeira, seria melhor ser medica, pois poderia ver muitas coisas como, por exemplo, sangue.
A professora foi perguntando, e muitos queriam ser policiais, bombeiros, jogadores de futebol, atrizes&atores.
Até que chegou a minha vez, fiquei pensando por um tempo, não sabia oque queria ser.
Eu era muito jovem, a professora ia me dando varias sugestões, mais nenhuma se encaixava com o meu jeito, gótica desde pequena, ate que descobri que queria ser uma vampira.
Falei isso auto, só que todos acharam graça e começaram a rir, ate a professora riu.
As crianças que sentaram perto de mim foram se afastando com o tempo, minha infância todinha foi ver as pessoas longe de mim.
Isso tudo por causa do meu jeito, dos meus gostos, do meu estilo, do meu desejo, da minha coragem de ser quem eu quero ser.
Com o tempo, fui me tornando obcecada por vampiros, por sangue, por tudo que ligava a esses seres tão diferentes.
Sara e Paul Rafht Black tornaram-se mais responsáveis depois de minha vinda ao mundo. 
Ou pelo menos a cara de drogados diminuiu. 
Eles venderam a combi florida em que eles viviam e começaram a realmente alugar uma propriedade. 
Nosso apartamento hippie era decorado com pôster 3D de flores que brilhavam no escuro e tubos laranja com substâncias estranhas que se mexiam sozinhas e que você poderia ficar olhando-as para sempre. Esse foi o melhor tempo da minha vida. Nós três ríamos e jogávamos Chutes e Ladders e ficávamos com os dentes sujos de Twinkies. 
Nós dormíamos tarde assistindo filmes do Drácula, Sombras Escuras, com o infame Barnabas Collins, e Batman numa tevê preto e branco que recebemos quando abrimos uma conta no banco. 
Eu me sentia segura sob o cobertor da meia noite, mexendo na barriga da minha mãe que crescia mais e mais e que fazia barulhos como a substância laranja esquisita. 
Eu imaginei que ela estaria dando luz a mais substância do mesmo tipo.
Tudo mudou quando ela deu a luz a um garoto; só que ele não era uma substância que se mexia. 
Ela deu a luz a um Nerd! 
Como ela pode? 
Como ela pode destruir todas as nossas noites de Twinkies? 
Agora ela ia para a cama cedo com aquela criação que os meus pais chamavam de Billy, que chorava e esperneava a noite toda. 
De repente eu estava sozinha.
Era só o Drácula, o Drácula da tevê, que me fazia companhia enquanto minha mãe dormia, o menino Nerd chorava e meu pai trocava fraudas fedorentas no escuro. 
E como se isso não fosse ruim o suficiente eles me mandaram para um lugar que não era o meu apartamento. 
Que não tinha pôster de flores 3D nas paredes, só colagens feitas à mão por crianças.
Quem decora isso aqui? Eu pensei. 
Estava lotada de catálogos da loja Sears, com vestidos balão e garotos de calças dobradas e cabelos perfeitamente penteados. 
Mamãe e Papai chamavam aquilo de jardim da infância. 

Mãe: Eles serão seus amigos - Minha mãe me garantiu quando eu fui para o seu lado.

Ela deu um tchauzinho e me mandou beijos enquanto eu ficava sozinha com a malvada senhora Peevish, que era tão solitária quanto uma pessoa era capaz de ser.
Eu assisti minha mãe se afastar com o garoto Nerd preso em sua cintura enquanto ela o levava de volta para o lugar cheio de pôster que brilhavam no escuro, filmes de monstros e Twinkies.
De alguma forma eu sobrevivi aquele dia. 
Cortando e colando papeis, pintando os lábios da Barbie de preto e contando para a professora ajudante histórias de fantasmas; enquanto as crianças do catálogo da loja Sears corriam ao redor como se todos eles fossem convida dos de um piquenique de uma família-modelo americana. 
Eu até estava feliz quando vi o garoto Nerd quando a minha mãe finalmente veio me pegar.
Aquela noite ela me encontrou com os meus lábios pregados na tela de tevê tentando beijar Christopher Lee em O terror de Drácula.

Mãe: Kayla! O que você está fazendo acordada tão tarde? Você tem escola amanhã!
Kayla: O quê? - A torta de cereja que eu estava comendo caiu no chão e o meu coração caiu junto com ela.
Kayla: Mas eu pensei que seria só daquela vez! - Eu disse em pânico.
Mãe: Querida Kayla. Você tem que ir todo dia!

Todo dia? As palavras ecoaram na minha cabeça. 
Era uma sentença de morte!
Naquela noite nem o garoto Nerd conseguiria competir com as minhas dramáticas lágrima se rebuliços. 
Quando eu deitei sozinha na minha cama eu rezei por escuridão eterna e um sol que nunca acordasse.
Infelizmente no dia seguinte eu acordei com a luz da manhã me cegando e uma dor de cabeça terrível.
Eu decidi que devia ficar perto de uma pessoa com quem eu me identificasse. 
Mas eu não consegui encontrar nenhuma, em casa ou na escola. 
Em casa o líquido laranja foi substituído por abajur Tiffany. 
Os postes que brilhavam no escuro foram cobertos por papel de parede Laura Ashley. 
E a nossa tevê preto e branco foi substituída por um modelo de vinte e cinco polegadas. 
Na escola ao invés de cantar as músicas de Mary Poppins, eu assobiava o tema de O Exorcista
Na metade do jardim de infância eu tentei virar uma vampira. 
Trevor, um loiro perfeitamente penteado e com fracos olhos azuis, era minha presa do momento. 
Eu o lancei um olhar ameaçador quando ele tentou passar à minha frente na fila. 
As crianças e a professora o beijavam porque o pai dele era dono da maioria das terras em que suas casas eram situadas. 
Trevor estava na fase de morder. 
Não porque ele queria ser um vampiro como eu, mas só porque ele era malvado. 
Ele tinha arrancado pedaços de carne de todo mundo, menos da minha. 
Eu estava começando a ser seguida. 
Nós estávamos no parque perto da cesta de basquete quando eu arranquei a pele de seu pequeno braço com tanta força que eu achei que ia espirrar sangue. 
Sua face ficou vermelha. 
Eu esperei imóvel. 
O corpo de Trevor tremeu de raiva. 
Seus olhos brilharam com vontade de vingança e eu despreocupadamente sorri de volta. Então ele deixou suas expressões dentárias na minha mão. 
Mrs. Peevish foi forçada a colocá-lo junto à parede da escola e eu dancei alegremente ao redor do parque esperando para me transformar em uma vampira.

Peevish: Essa Kayla é uma esquisita. – Eu escutei a senhora Peevish dizendo para outra professora quando eu passei por um Trevor chorão e o mandei um beijo de gratidão com uma minha mão mordida. 

Eu usei minhas asas orgulhosamente no pátio da escola. 
Eu podia voar agora, certo? 
Mas precisava de algo para me colocar em alta velocidade. 
Eu estava ansiando pelas nuvens macias e planejava voar pelo parque na frente de um Trevor perplexo. 
Ao invés disso eu me esborrachei na areia causando danos na minha mão mordida. 
Chorei mais por que não possuía poderes sobrenaturais como meus heróis da tevê do que pela minha pele machucada. 
Com a minha mão coberta de gelo a senhora Peevish me colocou no muro para descansar enquanto o mimado de nariz empinado do Trevor agora estava livre para brincar. 
Ele mandou-me um beijo implicante e disse “obrigado“.
Eu mostrei minha língua e o chamei de um nome que eu tinha ouvido alguém falar em O Poderoso Chefão. 
Mrs. Peevish me mandou para dentro imediatamente. 
Eu fui mandada várias vezes para dentro durante a minha infância. 
Era o meu destino.


Continua *-*

Não vou poder responder todos os comentarias, mais vou tentar. Ah eu so responde aqueles que fizerem perguntas, ok!?

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